sexta-feira, 8 de outubro de 2010

6

Querida vovó,
não consigo conter lágrimas ao escrever algo para você, ou sobre você. Meu coração dá um nó toda vez que eu percebo que nunca mais vou te ver, te abraçar, te dar beijinhos, e fazer caretas para você rir, como quando fazia quando você estava zangada.

Sinto sua falta quando quero chorar e não consigo, quando quero contar alguma coisa sem que ninguém fale nada, só me escute. Queria poder continuar te vendo, te sentindo, ouvindo seus discos do Roberto Carlos. Amanhã completa exatamente seis meses que não a tenho mais comigo, e sempre que eu penso, sinto-me naquele dia amargo de novo, e me dá vontade de voltar no tempo, e parar nele.

Eu quero você aqui! Preciso de você aqui...

Tenho sentido a mamãe nervosa e sem chão de vez em quando, e muitas vezes eu não sei como contorná-la, como sabia naquela época. Toda terça feira é um suplício para mim por mais que eu nunca tenha contado isso à ninguém. Acordo, e me lembro. Eu daria o mundo para não tê-la visto daquele jeito.

Vó, estou perdida. Preciso de carinho, e cuidado. Preciso muito muito de você, aonde quer que você esteja. O barco está afundando cada vez mais com o passar dos dias, e eu não consigo sair de dentro dele. Será que é só o começo? Eu não quero ficar submersa.

Não consigo dizer muito, e nem quero, mas penso. Eu penso em você todos os dias. E às vezes, busco forças nesses pensamentos para me manter de pé. Seus olhos azuis ocupam meu corpo com uma saudade, que sinceramente, desconheço. Além da dor também...
Não sei como pedir, ou como dizer, mas queria você aqui.
Desculpa meu egoísmo.

Pergunto-me se você está contente aí, e torço para que sim. Prometo ficar aqui também, eu só preciso de tempo. Ainda não consegui digerir tudo o que aconteceu esse ano. Mais coisa está por vir... Entretanto, espero que de alguma forma, as coisas achem um equilíbrio. Não quero viver assim. Não só por mim, mas não há como sobreviver dessa forma. É como se estivesse sobre uma corda bamba, ou numa bicicleta de uma roda só.

Perdoe minha fraqueza, meu desejo egoísta.

Sinto sua falta, mais do que sinto de mim mesma.
Com amor e saudade,

T.



quarta-feira, 6 de outubro de 2010

ex isto?

Mais um dia. O dia. Um dia.

Isto aqui existe? Eu existo?
Ou será que já existi e sumi?

Tenho medo de mim, dos meus sentimentos, e das minhas idéias.
Tenho uma vontade louca de ficar embaixo da chuva só olhando pra cima vendo como as gotas caem uma a uma, enquanto os tolos acreditam que caem todas juntas. Tolice.
Não consigo compreender o sentido real do que está acontecendo.
Como uma pessoa toma o lugar de outra sem nem pedir permissão para mim? Meu coração não é de vidro. Será que algum dia vão entender isso?
Que vontade de gritar pro mundo, que não há nada mais valioso no mundo do que você, que meu paraíso é você.
Dar-te a mão, e levar-te para longe disso aqui. Longe dessa gente, que finge que a gente não existe. Parar o ónibus em frente a sua escola, te pegar pra almoçar, e te levar para casa roubando um beijo infantil.
Você está tão distante de mim agora, tão inalcançável. Sinto-me num furacão sem controle, e com velocidade máxima.
Sabe, você era a melhor parte de mim, e eu... Bem, eu era toda você. Porém, agora, acho que eu sou toda ela. Toda todo mundo. Eu gosto de você, tanto como gosto dela. Eu gosto de você, mas eu gosto de tanta gente... Seria isso um impedimento?
Não posso te perder dos meus pensamentos, e nem te prender neles. Mas com o passar dos dias, e a frequência dela neles, você vai se tornando cada vez mais fugaz. Não é culpa minha, nem sua, nem dela. É culpa dessa vida escrota que eu ando levando.
Sinto saudade, sinto falta do seu perfume no travesseiro, e do seu cabelo por entre os meus dedos. Sinto você perto, e longe. Sinto desejo, mas me policio para não querer ter. Não consigo dormir. Não consigo distinguir. Não consigo me ver sem você em minha cabeça. Não sou a mesma pessoa. Desculpe-me, mas eu era alguém quando você estava aqui, mas o abandonar-te involuntário obriga-me a ser outra pessoa por ela estar no seu lugar. Não no seu lugar, mas aqui.
Contudo, tenho certeza de que muita coisa ficou, e que vou levar para o resto da minha vida. Você não estava errada, nem eu certa. Nós éramos mais, ou menos. Nós éramos a exceção do mundo que vivíamos.
E tudo o que eu sempre quis saber foi até quando nosso mundo duraria.

Creio que achei a resposta...

sábado, 25 de setembro de 2010

Nunca mais

Era noite. Noitinha. Já dava para ver a lua da varanda do quarto dela. As nuvens tinham sumido, e tudo o que eu não queria era que escurecesse. Mas não queria também que amanhecesse, pois o amanhã não existe, e eu precisava dele, e dela.
Voltei para dentro do quarto, e ela estava exatamente igual a quando eu sai de lá. De vez em quando, gosto de vê-la dormindo. Faria isso todos os dias da minha vida, se pudesse. Embora ache que isso não seria possível, já que o amanhã não existe.
Eu preciso viver o hoje, o agora. Eu preciso ser o hoje.
Porém, eu tenho medo de fazer tudo em 24 horas, e não restar nada para o amanhã que talvez exista. Mas, não! Ao lado dela, o amanhã não existe, nem nunca mais vai existir.
Por que tem que ser tudo, ou nunca mais? Sempre foi assim. Vida merda - foi o que pensei. O céu tornava-se mais escuro com o passar dos minutos. Resolvi acender um cigarro e ver as trocas de cores até que ela ao meu lado, acordasse. Uma tragada, duas, três... Próximo cigarro, resolvi. Eu ainda não sabia que aquele seria o primeiro dos muitos seguintes que viriam. Porém, creio que o amanhã não existe. Então, em 86400 segundos, nada disso vai significar mais, se não a tenho mais comigo.
Devo esperá-la acordar. Respiro, sinto a brisa correr pelo quarto. Quem sabe quando ela acordar nós não vamos ao cinema, ou apenas vemos um filme aqui, enrolados na coberta.
Não posso deixar de fazer as coisas, as quais acredito. Preciso realizar tudo hoje.
Tenho fome de tempo.
Tenho vontade desse tempo.
Tenho vontade dela, mas ela não acorda.
O céu já passou de um lilás rosa para um roxo mais escuro, em direção a um azul quase negro, e eu, continuava fixamente olhando para o céu e para minha menina simultaneamente. Sem reações bruscas!
Mantive-me pensando que estava ali por destino, mas que tudo isso acabaria. Embora eu não quisesse mudar nem um segundo do que estava acontecendo, gostaria que o ponteiro do relógio adiantasse mais depressa, ou voltasse algumas horas. Alguns novos segundos foram chegando e mais cigarros foram tragados. Mais sede de tempo eu tinha, mais vontade dela também. E nada.
Parece que tudo estabilizou, e parou no tempo. Eu parei no tempo que não parou.
Não consigo sair daqui. Não sem ela. Não hoje. Não agora. Ou talvez, não nunca.
Esperei.
A lua já estava no seu ponto mais vertical. Seria hoje possível um eclipse?
Acredito que não. O preto do infinito já estava preso ao céu, e o vermelho dos meus olhos preso a ela.
Entretanto, ela não acordava. E talvez nunca mais fosse acordar.
Só a queria por mais um dia,
por mais um hoje.
Tudo porque o amanhã não existe,
tudo porque ela não existe mais.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sem saber, foi assim

Eu não quero ir, até que você tenha chegado.

O vento bate descontrolado por entre as portas da varanda semi-abertas, e o barulho me faz estremecer. Traz o frio, o arrepio.

Não entendo mais o que sinto, nem mesmo o que devo sentir.

Preciso declarar que me libertei um pouco mais do que me aprisionava há tempos, e isso é uma vitória declarada para mim.

Fugir é a melhor opção, mas não tenho para onde, e sair correndo sem rumo, é loucura. Por isso, mantenho-me aqui, estagnada num redemoinho de idéias insanas, que correm a todo vapor pela minha cabeça.

Só quero estar bem e só quero te fazer bem. A minha sorte é que você não é daqueles que recusam carinho, e isso me deixa mais sossegada.

Não comparo-te hoje, a mais ninguém. Entrego-me, sem medo, já que o outro antigo alguém já se entregou a outras muitas depois de mim.

Ver-te indo, seria pior do que ir embora agora.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.
A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão.

Caio Fernando

sábado, 11 de setembro de 2010

Nada passa

Não sei por onde começar. Textos não são feitos por frases prontas, como todo mundo pensa, ou ao menos, é assim que eu penso. São palavras feitas com amor, que unem-se umas as outras, e se transformam em frases, orações. Parece que nossas vidas foram feitas para se cruzarem e se separarem no dia seguinte. Estranho, não? Uma pena, eu diria.A sorte do universo é que quando um meteoro bate em uma estrela, essa explode. Porém, ao mesmo tempo, é só assim que novas estrelas nascem. É isso o que quero dizer quando digo que você não apareceu do nada, por nada.
Acho que encontrei outra pessoa certa para mim, e estou saltitando de felicidade por isso. Acho que dessa vez, corresponde, e não irá durar apenas uma noite. Assim espero eu.
Quando ponho meus olhos fixos ao dele, nos entendemos no olhar, e no sorriso, e no perfume.
E por aí, eu vou.
Quem sabe, um dia a gente se esbarre de novo, e de novo, para que possamos, então, desatar o nó entre nós. Não há como prever, nem saber, mas seria inovador, imagino.
Sinto saudade de quando a gente conversava durante horas, e quando eu esperava ansiosamente por novos toques no meu celular: Nova Mensagem! Esse tempo passou, mas tudo passa. Eu também vou passar. Esse novo amor vai passar. O tudo, nada significa. Por isso, o nada também passa, embora demore mais.
Deseje-me boa sorte nessa nova e completamente diferente estrada da minha vida, é tudo o que lhe peço.
É engraçado ter a certeza de que um dia vou contar-lhe exatamente tudo o que se passou comigo, por sua causa. Aonde está você agora?
Enfim, creio que isso não me importa (tanto) mais.
Um brinde ao futuro-presente,
e um beijo, como todos os que se passaram, pelo passado-futuro.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Mapa do meu nada

(Queridos leitores, para entender esse texto, é preciso que unam cada primeira letra de cada verso.)

Querida,
Urano não é tão distante como você.
E então?
Resta-me o quê?

Fica comigo,
Independente do mundo.
Casamos na praia
Amor não faltará
Rotina essa, nossa será.

Como está?
Onde está?
Me ligue.
Inconsequente,
Grosso,
O que for.

Preciso de você,
Amar você,
Respirar você.
Amor, amantes, amigos.

Sempre seu.
Em dias claros ou não,
Menciono seu nome ao ar.
Procuro-te,
Reencontro-te.
Enfim, o amor também me encontrou.

?!

Que seja doce (x1000)

Espero sua resposta.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Carta ao desconhecido conhecido


Querida razão de viver,
Há algum tempo, minha cabeça não consegue ir muito além de você. Estranho, não? Prometi que te esqueceria. Por bem, por mal... Por mim, antes de qualquer outra coisa, mas isso é o mais difícil para mim.
Acredito que tudo nessa vida tem tempo determinado de permanência, mas parece que o seu não quer se acabar em mim. Às vezes, tudo o que eu queria era que o tempo ficasse estagnado na época que você me fazia feliz.
As lembranças de nós são como peças, em meu inconsciente, de um quebra-cabeça infinito, como uma linha reta, que tem começo, mas não tem fim.
O relógio quebrou há uns dias, o que me obriga a ter que ficar voltando ao passado, o que me faz lembrar você.
Ele podia ter parado amanhã.. Talvez assim, ele roubasse todo o meu tempo, e me impediria de pensar em você.
Meu coração está parando, como o relógio, a cada segundo longe de você.
Cada segundo é uma eternidade sem seus beijos e carinhos.
Por onde você tem andado?
Tenho escrito muitas cartas como essa desde que te conheci.
Tudo está tão diferente desde o começo disso...
É tarde para ter-te comigo de novo, creio eu.
Queria que cada sonho fosse com você, mas eles parecem não me obedecer, e muitas vezes me pego tendo pesadelos de você com outras mulheres... E tudo o que eu posso pensar é que a vida é assim, e que eu não posso transformá-la da minha maneira.
Sabe, sinto sua falta, e queria que você soubesse disso.
Queria que você soubesse o quanto queria te ter mais por perto, o quanto eu queria te sentir mais, e mais, e mais a cada dia novo que amanhecesse. O quanto eu queria que fossemos o reflexo um do outro...
Quem sabe um dia, eu te entregue todo meu arquivo de cartas e poemas, se é que você iria querer.
Ilusão. Mas preciso acreditar no amor, preciso acreditar em mim mesma, e até em você, apesar de distante.
Não consigo te esquecer, e talvez nunca vá conseguir.
Porém, nunca é tempo demais...
Com amor, sua T.

sábado, 17 de julho de 2010

Nada nunca, realmente, faz sentido.

Eram exatamente 5:43 da tarde de ontem, estava sentada como de costume olhando a imensidão de água a minha frente. À medida que a claridade do sol se ia, rastros de azul da cor do mar apareciam, como se o oceano estivesse de cabeça para baixo, frio e infinito. Em um verão qualquer, um pôr do sol desse teria sido comum, mas é inverno, e isso torna tudo diferente.
Fiquei lá pensando, olhando, sentindo. Já tive tudo em minhas mãos, e deixei escorrer, fugiu de mim, sem que eu percebesse na hora certa.
Resolvi esquecer, por mais que eu já tenha 'resolvido' isso há muito tempo, dessa vez é para valer. Vai ser melhor, não adianta mais... Perdi.
Saí da praia com a canga toda molhada e cheia de areia grudada, fui em direção ao ponto de ónibus, até que vi um jardim, o qual nunca tinha visto antes. Era todo desenhado, como se as linhas feitas pelas árvores e flores mostrassem o caminho a ser seguido. Aonde será que vai dar, fiquei pensando, mas no fim das contas, acho que não passava de uma propriedade particular. Uma pena.
O som dos risos que vinham lá de dentro, eram como aquelas pedrinhas que jogamos no lago, mas com a força certa, aqueles risos infinitos que só de ouvir, já nos dá vontade de rir também. Mais uma vez, me lembrei de você.
Hoje o dia amanheceu nublado, chovendo, sem chance alguma de fazer algum programa ao ar livre. Fiquei pensando em tudo o que pensei ontem. Ilusão é a pior coisa do mundo, de verdade, por experiência própria.
Por que as coisas tem que ser assim? Por que sempre me lembro de você? Quero te enfiar num buraco, numa das gavetas do meu coração, onde coloco o que não consigo mais falar, e também não consigo esquecer ou deletar de mim. Só ficam guardadas aqui, coisas que de alguma forma foram importantes, e que a qualquer momento posso fazer voltar à tona! Normalmente, são emoções meio perigosas, mas nem todas... E sua lembrança não seria.
Não sei porque você apareceu, mas que bom que isso aconteceu. De algum jeito, tudo isso me fez crescer. Obrigada.
Mas, sabe... Que bom que você se mandou.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Alguém me espera















Sem pressa.
O mundo é nosso, ou pelo menos, deveria ser. Não sei mais o que pensar...
Eu quero uma passagem para qualquer lugar do planeta, onde eu possa ir com você, sem frescuras, só amor.
Façamos um trato... Vem comigo! Aonde está o que você quer?
Qualquer lugar é melhor do que aqui, e que agora. Não temos nada a perder. Somos jovens e ambos queremos aprender a viver.
Tenho um plano para nos tirar daqui, acredita em mim?
Vamos cruzar a fronteira entre as cidades, entre os países... Vem!
Vamos cruzar as fronteiras de nós dois. Eu quero viver para sempre!
Sei que tenho meus problemas, meus modos de pensar, mas você também, e eu te aceito, sem repressões.
Seu carro é rápido quando você quer, acha que consegue nos fazer voar?
Parece que as luzes da cidade que se aproxima se acendem para nós. Tive a sensação de que pertencia a ela, mas não, era somente ilusão.
Precisamos tomar a decisão mais importante de nossas vidas, e então?
Já tomei a minha, agora é sua vez. Eu quero voar, quero sair de perto do que não me convence mais. Você é a única coisa que me mantém presa aqui, e então, o que tem para me dizer? Algo novo? Curioso, talvez...
Me tira daqui. Me abraça, e me faz sumir. Me faz acreditar, me faz aprender sobre a vida.
Me explica o porquê das coisas serem como são.
Longe daqui, longe de tudo, meus sonhos vão até você.
Passo ai de novo às 10 em ponto, não esquece de colocar gasolina suficiente para viajar uma vida inteira...

Me espera na porta.


quarta-feira, 7 de julho de 2010

Longe daqui

Hoje percebi que não adianta mais chorar pelo que se perdeu, por aquilo que ameaçou ser e não foi, por tudo o que não existe. Meus olhos embargam por sofrer uma forma de dor indescritível, uma dor que não consigo curar, e nem contar a ninguém. Preciso ficar só, para então, tentar entender o que tudo isso quer me mostrar... Tenho medo da resposta... Vai saber.

Tenho tanta vontade de ir embora, para que sintam falta de mim – se é que alguém vai sentir-, ir para longe, sem endereço, telefone, sem rumo, apenas, por aí... Mas não, necessariamente, sozinha. Quero ficar longe das pessoas um pouco, estou cansada de ter sempre por perto os mesmos. Preciso, e quero gente nova.

De repente, eu te escrevo de lá, ou mando cartas em anônimo para que você não descubra quem sou, como uma surpresa a cada novo correio.

E no fim de todos, escreverei: Preciso de você.

A vida não passa de um flash-back a cada segundo que vem depois do anterior.

É bom ousar coisas novas às vezes...

Vai entender.

domingo, 4 de julho de 2010

Ei, você.

"Tenho trabalhado tanto, mas sempre penso em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assenta e com mais força quando a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos…
Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você, ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?

Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.
Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente?
Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente?
Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.

Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina.

Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.
Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis.
. . . E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura."

Caio F.

Caio F.

Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.

Caio F.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Have you ever seen the rain?

O dia chuvoso começou como os outros dessa semana, frio, úmido, nublado.
Sinto-me viciada em uma coisa que me tira o fôlego, alguma coisa que se chama amor.
Devia haver, assim como o AA, um outro AA, sendo esse dessa vez para amadores anônimos, pois lá eu poderia contar o que sinto sem ser criticada a cada segundo, a cada palavra, a cada gesto de amor, e dor. Lá, eu veria que meus problemas são de outros também, e que eles podem ser bem menores do que eu de fato acredito que sejam.
Os jovens tem medo de dizer que amam. Creio que eles têm medo de serem rejeitados, ou aceitos. Não tenho mais dúvidas quanto a isso. Meu maior medo é que os jovens tenham medo de amar... Isso me destruiria por inteiro.
Estou sentada na rede, com um violão no colo, o qual nem sei segurar direito. Busco uma única nota que me lembre alguma música. É como se o mundo desse mil voltas, e sempre parasse em você.
Subi há pouco no elevador com um senhor de uns 80 anos, que disse ter me reconhecido. Estranho, pensei, não me lembro de tê-lo visto por aqui antes.
O velhinho puxou assunto comigo, perguntou-me onde eu estudava, se morava aqui há muito tempo, e se gostava de estudar. Para não ser mal educada, respondi direitinho, mas tentei minuciosamente entender o que um idoso queria saber com aquelas perguntas. Por que ele não havia me perguntado sobre o tempo? Enfim, disse-lhe que aquela não era minha casa, e sim a de minha tia. Até que ele num salto de palavras, perguntou por que então, eu não ficava em casa, na minha casa. Expliquei a ele que não gostava de ficar sozinha sempre, que precisava ter gente por perto.
Continuando o assunto, o velhinho realmente se absteve de perguntar-me se estava gostando do frio que está fazendo. Do nada, começou ele a filosofar. Seu andar já tinha chegado, e a porta do elevador estava sendo presa por um pé inchado, quando de repente, palavras que acredito que jamais serei capaz de esquecer fugiram de sua boca com dentes de dentadura: ''Sabe filha, sou velho burro. Mas companhia, foi a melhor coisa que eu tive na vida. Você faz bem em vir sempre por aqui. Companhia é uma das únicas coisas que dinheiro nenhum compra, ela pode ser de amigos, amores, família, música, o que for. Porém tem que nos fazer completo. Afinal, o que nos vale, é nunca nos sentirmos sozinhos.''
Há quem diga que companhia não é essencial. Discordo. Eu não posso estar sozinha. Preciso de alguém.
É então, que eu te procuro, e sem te cobrar o passado que já se passou, pergunto-te, sem muita intimidade, diferente do senhor do elevador: ei, você já viu a chuva?
E então, como dois desconhecidos (que no fundo se conhecem muito bem), conversamos sobre o tempo lá fora. Bobeira... É só o tempo lá fora.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Litros transbordando

Acordei com uma vontade devoradora de ser feliz, de ter tudo ao mesmo tempo em que não tenho nada.
Fui ao cinema ontem. Adoro ver os filmes em cartaz, ver as pessoas comprando suas pipocas e se dirigindo até a sala da sessão comprada. Minha sala era a 3, incrível como sempre caio nessa sala... Será destino? Talvez, penso eu.
Quem sabe nossas vidas não são filmes ainda não exibidos? Pois bem.. Acredito que sim, e aceito essa condição..
O filme falava sobre o destino de uma moça (uma linda moça!), um amor, outro amor, outras vontades, outro querer, outro saber, outro viver. Fico matutando, sonhando acordada em como seria se... Se o amor da minha vida viesse e me arrancasse um beijo daqueles dos filmes sobre vidas já exibidas. Um que me tirasse completamente o ar, e não me deixasse respirar, até que eu percebesse que eu precisava colocar ar para dentro de novo. E depois, me abraçasse como se fosse o primeiro de todos os últimos abraços.
A vontade de ser feliz me diz para dizer bom dia para todos, ser mais simpática com desconhecidos do que normalmente sou.
Escrever me alivia, me faz cair na realidade.. Mas você está aqui o tempo todo! Saí de mim!!! Eu imploro. Me deixe ser feliz.
Eu quero, e preciso. E para ser bem sincera, sei que posso. Existe tanta gente no mundo que pode e sabe me fazer bem e feliz.. Não ligo mais (muito) para o que você pensa, para o que você é. Mas não nego que todos os dias antes de dormir, vejo suas fotos, e não sei.. Mas acho que são as pequenas grandes coisas que nos instigam cada dia mais à uma felicidade eterna, e isso de alguma forma, me deixa bem, apesar de crer que a felicidade é apenas momentânea.
As pessoas dizem tantas coisas sobre felicidade, mas nem sempre acredito que elas saibam mesmo o que isso quer dizer!
Hoje eu sei! E estou feliz por estar feliz assim. É uma felicidade sem motivo, sem explicação, sem sentido... Mas é uma felicidade que transborda! Caso você queira, vem para cá, vamos dividir nossas felicidades! Sei que posso te fazer feliz...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Doce Solidão

A todo tempo, penso sobre minha vida.
Sinto que às vezes sei tanto, mas tanto, sobre mim, que me perco. Porém ao mesmo tempo em que tanto sei... Nada sei.
Não consigo explicitar o que penso e sinto a cada segundo. É tão difícil.
Estou, ou melhor dizendo, sou confusa. E por isso, tento mostrar, nem que só para mim, o que sinto, em palavras. Tento desabafar aqui tudo o meu coração pensa. Mas, isso não tem sido suficiente.
Gosto de escrever sobre minha vida, meus pensamentos, meus amores, e sentimentos. Sempre escrevi (até aqui) para um alguém... Um alguém que nunca sequer soube direito da minha existência, um alguém que sabe quem eu sou, mas não me conhece. O alguém, a quem eu amo e me entrego dia e noite em pensamentos.
Quando tentei esquecer esse tal alguém, acreditei que com tudo novo, eu seria mais feliz, mas creio que isso não está acontecendo, e não entendo o motivo.
Choro calada, quieta, no meu canto. Tento passar desapercebida, soluço... E nunca me veêm. Graças ao silêncio, pelo menos, sofrer em paz, posso eu fazer.
Guardo para dentro de mim o que sinto. Não quero que o mundo me veja. Queria me teletransportar e quem sabe mudar alguma coisa?
Não. Quanta burrice, quanta besteira.. Quanta vontade de você.
Tudo vai de mal a pior, e sinceramente, não sei se quero que melhore. Talvez porque assim, amando você, seja uma forma de te ter por perto, de te ter em mim.
Cansei da escola, dos amigos, de mim mesma, e da vida. Mas acho que jamais me cansaria de você.
Às vezes, quando escrevo sobre o que gosto, parece tão óbvio que é tudo para você... Por você. Mas você não percebe, e não te culpo por isso.
Mas sei lá... Quero aqui, e nem me importo como você está ou como tem sido comigo até aqui. Vem para cá! Chega perto! Por favor... Só por mais um ínfimo e infinito segundo.
Estou sozinha, e me sinto só. Pinto minhas unhas roídas de vermelho, para passar o tempo que parece estagnado na mesma hora há mais de uma hora.
Tenho a chance de me apaixonar de novo, por outra pessoa. Pessoa, a qual sinto que tem carinho por mim. Porém, tenho medo (sim, medo!) de me entregar a alguém novo. É horrível já ter amado antes.
Comparo cada passo e descompasso entre minhas opções, e é inacreditável como você consegue ser melhor em todos os aspectos.
Chega de realizar o ato de amar que só me faz sofrer.
Será que é possível? O que voce acha?
Acabo minhas reflexões com essa pergunta que me tira a paz, não sei mais o que pensar.
Fecho meu diário por hoje, e o escondo. Escondo, aonde ninguém pode achá-lo. Nem mesmo eu!

domingo, 6 de junho de 2010

I'm in home

Sinto-me avulsa, estranha, nova, mas ao mesmo tempo velha, e já conhecida. Fico com a sensação de que quero ser diferente do que sou, de que sou diferente do que quero ser diferente do que sou, que sou diferente do que quero ser, ou até de me comportar diferente do que sou ou do que quero de fato ser. Acho que é pedir demais quando peço para as pessoas me entenderem... Eu mesma não me entendo.
Se pudesse, gostaria de ter outra personalidade e estado de ser, uma que não criasse tantos antagonismos...
Sou uma pessoa, que mesmo não parecendo, tenho o gênio e a personalidade forte, e preciso ter! Vivemos em um mundo, o qual nos obriga a isso. Sabe... eu estou fora de mim, e gosto de estar. Dane-se. Gosto de aproveitar minha vida dessa forma, e não ligo para o que os outros venham falar de mim. Estava conversando há pouco em um bar com uma amiga e disse a ela: ''quando eu estou assim, é quando minha imaginação flui melhor'', e é mesmo! Não preciso negar isso para ninguém!
Essa parte mais liberal faz parte do meu eu de dentro, mas que eu consegui tirar um pouquinho para fora. Sou feliz assim... mas sou mais feliz por dentro. Pareço fraca, indefesa e muito passiva, mas ao mesmo tempo em que sou assim, posso ser outra pessoa totalmente diferente. Nunca testaram minha raiva e vontade para valer.
Para mim é impossível ser sorridente em um dia e venenosa no outro. Nesse sentido, sou única. Se há algo ruim, falo, ou me calo, mas quando me calo, sumo, me afasto, busco meu esconderijo. Talvez eu consiga algum dia ser má, apenas para tratar os outros com o mesmo desprezo com que me tratam, porém uma luz reascende em meus olhos, e vejo que não vale a pena ser rancorosa e vingativa. Como sempre digo: O mundo é maior... E eu realmente preciso acreditar nisso para viver nele.
Nesse exato momento, uma verdadeira tempestade de palavras invadiu minha cabeça, e os relâmpagos desta se refletem aqui.
A noite mal começou e as Thais's dentro de mim pedem descanso. Sinto que necessito dormir, mas não consigo. Meu pensamento some daqui, e vai como de costume até você. Estou cansada. Parece que nossos caminhos foram feitos para se cruzarem a todo tempo, os quais invariavelmente trazem um novo sorriso para meu rosto. É difícil aceitar a verdade, mas, no entanto é a verdade que peço. E é essa verdade que você rejeita, essa sou eu... Essa é quem eu quero ser... Me aceite, ou apenas rejeite-me, caso seja isso que você quer. Já não há mais importância nisso! Tudo é culpa sua. Seus comentários sem tato, e sua piadas cruéis sobre coisas que eu não consigo achar graça, me tornaram em parte insensível a qualquer sinal de amor. Do mesmo modo em que um coração se retrai quando palavras duras são lançadas ao vento, meu coração se retrai quando sinto que não há mais nada de você aqui.
Esses são os meus eus, os quais de algum jeito, eu consigo conciliar para formar apenas um, o meu eu principal.
Sinto-me confusa, mas sinto-me bem.
Com esse eu principal, sinto-me em casa.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

(?!)

Paro. Penso. Analiso o tempo que parece não passar.
Vejo. Sinto. Choro. Grito pelo que um dia foi achado e perdido.
Descabelo-me. Desacelero-me. Corro para lá,
mas volto para cá.
Quanto ao lugar, o qual para onde corri,
e de onde voltei, se mantém o mesmo.
Não me movi. Nunca me movo.
Faço descobertas sobre minha vida.
Estabilizo-me. Sento. Concluo o planejado.
Idéias insanas que correm por mim,
parecem nunca chegar ao fim.
Ando. Acelero. Fujo.
Fujo para um lugar, o qual eu nunca sequer sai.

domingo, 30 de maio de 2010

Nada existe mais



Hoje, em momentos sóbrios e felizes,
sinto e vejo em mim,
que não há mais amor,
se é que em algum dia houve..

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Bonde do presente

Preciso andar em bandos, mas às vezes acho que todos os bandos em que meto são errados. Quando Clarice diz que o que obviamente não presta, sempre a interessou muito, me impressiono, e vejo que é exatamente assim comigo também! Até porque... Se tudo prestasse, o mundo ia ser muito monótono. Chato. Sem graça. Sem vontade de existir. E como um ciclo vicioso, alguém não prestaria de novo!
Não entendo, porém o meu não entender é o que me faz não ser tão crítica com as pessoas, o que me faz ver que existe coisa muito maior do que o que tem sido mostrado e falado até agora, e que um simples pedido de desculpas não tira a culpa de alguma coisa já feita... Mas sinceramente, eu queria um.
Meus bandos costumam chegar ao fim no final de um determinado período de tempo, e isso me faz chorar... Me faz mal.
Hoje, perco uma integrante do meu bando presente. Choro, e muito. Preciso dela aqui, agora.. Sinto, já, a falta dela.
Peço, imploro, digo que necessito dela junto à mim, mas o destino parece insensível e inconsequente, e nos separa sem que aceitemos isso bem.
Quando acho que me encaxei em bando novo, tudo muda de novo, e de novo, e sempre de novo. Não suporto mais mudanças, não quero perder mais ninguém na minha vida. Pessoas que amo, e que no fundo me dão valor, são aquelas que sei que posso chamar de amigos, e não suporto a idéia de ter que abrir mão delas.
Meus bandos costumam se separar, e eu sempre acabo perdida entre eles... Hoje, meu bando é esse. E quero que ele se mantenha o mesmo por muito tempo, independente de distâncias. Não digo que perdi uma integrante. Afinal, família signigica nunca esquecer ou abandonar, e para mim: família significa ter, e ser... Digo então, que a integrante só está um pouco mais longe, porém continua a fazer parte dessa família, e sempre vai fazer.
O que é nosso está guardado debaixo de um milhão de chaves no meu coração...
Para nunca esquecer.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Rifas de amor

Rifa-se um coração.
Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste
em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um
pouco usado, meio calejado, muito machucado,
e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desiste,
de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia
estava certo quando escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,
é isso que eu espero...".
Um idealista...Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a
esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando
relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste em cometer
sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional
que abre sorrisos tão largos que quase dá
pra engolir as orelhas, mas que
também arranca lágrimas
e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado
por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para
quem quer viver intensamente
contra indicado para os que apenas pretendem
passar pela vida matando o tempo,
defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer
para São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e,
se recusa a envelhecer"
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por
outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate
tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda
não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio,
sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence
seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a petulância de se aventurar como poeta.

Clarice L.

domingo, 16 de maio de 2010

Fim do Mundo

Queria que o mundo terminasse hoje,
talvez por que assim,
eu acabaria amando você.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Belas luzes

Tantos ãos e tantos ais, que não se entende mais os ens e sãos! Que dia esdrúxulo, sem cor, sem vida, sem vontade de nascer! Mas também, não há como ser diferente, já que estou hoje sem você! E se eu fosse até você, e dissesse tudo o que sinto? O que você faria? Não consigo descobrir, não compreendo você, não consigo de maneira alguma prever suas reações perante as coisas, e isso me indaga. Porém, acredito que seja por isso que gosto tanto de você...
Queria que você estivesse aqui novamente, só por um pequeno e incontável segundo. Quero muito te ver, mas quando? Talvez amanhã, ou depois, ou apenas daqui há anos... Seja lá quando for, não me importa mais, contanto que no fim, eu fique com você.
Corro de outro para um lado, para o seu lado, mas nada...
As drogas, os assuntos, nós... Acabamos sempre nesse frente a frente infinito!
Amar não é tudo, meu bem, é só uma parte do todo que nos faz forte.
Mas você consegue mostrar-me mais do que entendo por amor, e isso me faz feliz, simultaneamente em que me faz sofrer. Já tentei, sim tentei, inúmeras vezes esquecer-te, mas não há mais saída, não consigo apagar-te de minhas memórias...
Você vai além! Além do amor, além da vida, além de todas as pessoas, e me faz ir junta a você além também.
Longe daqui, longe de tudo,
você é minha alegria, a qual coloca as mais lindas luzes coloridas...
No meu mundo já apagado.

domingo, 25 de abril de 2010

Mundo Novo

Que mundo estranho.
Não sei o que faço aqui, não sei de onde surgi e nem para onde irei.
Que vida... Odeio viver, mas às vezes amo... Não entendo, penso em me auto-esquecer, mas também não consigo, e então, abstenho-me disso tudo.
Estive pensando em como é longe daqui, em um mundo meu.
Já pensou em ter um mundo seu?
Não penso mais aqui, não creio mais em felicidade, nem no amor, pois então, não há nada! Não creio na vida, muito menos no mundo.
Acho todas as pessoas hipócritas (sem exceção), dizem-me tudo ao mesmo tempo em que não me dizem nada. Elas também não acreditam em mim...
Imagine! Um mundo seu, formado por tudo o que você, só você e ninguém mais, formou!
Esse mundo tem sido muito chato e monótono ultimamente. Quero sair desse tempo, viver um mundo meu, ou talvez até em um mundo feito por você, sem ligar para o que todos pensam sobre mim, e sem pensar no depois... Sem me apaixonar por um alguém que não sabe, ou apenas ter a coragem verdadeira de dizer que amo... Talvez porque em um mundo feito por mim, você me amaria também.
A vida tem me puxado para baixo, com uma força, a qual não consigo ter a mesma para superá-la, ou somente equilibrar-nos. A força tem sido tão pesada, e forte, que não consigo suportá-la, e isso me dói. Viver tem doído.
Que mundo é esse? Não tem graça!!! Amamos e não somos amados, rimos quando não podemos, somos obrigados a viver sempre na base do 'tudo bem', mesmo quando não há nada bem conosco. Acredito que quando pensamos e mostramos o tempo todo que tudo está bem quando não está, é quando realmente estamos muito mal.
Num mundo meu, eu e você seríamos as pessoas mais felizes dele! Mas felicidade é um termo muito relativo. Então, pode ser que o que eu entenda por felicidade, seja o contrário do que você acredita.
As pessoas precisam colocar mais graça nas coisas mais ínfimas e simples do mundo... A simplicidade nos fugiu, escorregou de nossas mãos e caiu desajeitadamente no chão.
Quando será que esse mundo vai crescer? Será que nunca?
Quem sabe um dia, eu consiga viver em mundo novo... Um mundo meu, um mundo nosso, e de mais ninguém, onde então poderei amar-te como não amo outro alguém.
Mas nesse mundo, não consigo mais... Para mim chega, assino aqui minha carta de fuga, vou tentar descobrir a graça do não viver... Morrer não dói.

Com amor,
Lucas.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Volta, tempo.



Desde que me entendo por gente, aprendo na escola sobre o ciclo da vida, mas nunca estive tão perto do fim dele de uma forma tão lúcida, e verdadeira como agora.
Sinceramente, não entendo, não quero mais aprendê-lo.
Esse ciclo na maioria das vezes é como uma estrada de mão dupla, dependendo da idade e da situação em que a pessoa em questão se encontra, o melhor é ir, e começar a viver em um mundo paralelo pouco (nada) conhecido por nós, vivos.
O outro lado da pista dessa tão desastrosa estrada, se resume na dor da falta que os entes e amores sentem para sempre.
Sabe, vovó, não quero de jeito nenhum perder-te, não estou preparada para isso, mas acho também que nunca vou estar. Não sei o que você prefere, mas por favor, não feche seus lindos olhos azuis, não agora. Precisamos de você aqui, mesmo que só nos olhando, se comunicando através de gestos e sons, e dando o abraço mais significativo que já recebi!
Mas que idéia egoísta, não?
Desculpe-me pela fraqueza, mas é realmente muito ruim e difícil chegar todos os dias da escola e não te ver sentada no sofá assistindo tv, ou vendo as novas notícias sobre o Roberto Carlos e a Hebe.
Por que o mundo é tão cruel?
Quero achar um caminho para sair desse labirinto, mesmo que não seja o ideal para mim. Sinto-me sufocada por não conseguir sair desse abismo sem fim ou volta.
Queria conseguir te ajudar de qualquer forma, mas todos tiram nossas esperanças..
Bom, agradeço-te por todos os ensinamentos, carinhos, felicidade infinita, e conforto que você já nos deu, Abuelita.
Não sei se já é ou não hora de dizer adeus, mas seus lindos olhos azuis tem se fechado muitas vezes por mais de uma noite, e isso me preocupa.
Acho que a maior lição que devemos aprender sobre o vicioso, e doloroso, ciclo da vida, é que apesar da saudade enorme, temos total noção de que o amor é eterno, e ultrapassa qualquer mundo paralelo existente. O amor vence barreiras, vovó, vence a dor, a saudade... O amor vence tudo. Pode ser que demore, mas tenho certeza que vamos nos encontrar de novo. Prometo que vou ficar bem, mesmo que eu precise de um pouco mais de tempo!
E se for a hora, por favor, não tenha medo, prometo que não vai doer.
Fecho meus olhos também, para então te encontrar...
Aonde quer que eu vá.


Dedicado à melhor avó do mundo!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Dúvida

É isso que somos,
mas será que é isso que queremos ser?!
Basta saber...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Você me faz tão bem

Muitas coisas já significaram para nós, mas poucas pessoas de fato, nos encantaram.
Quis que o nosso mundo fosse um conto de fadas, mas agora vejo o quão burra sou e fui.
Queria um abraço, um sorriso, um beijo.
Queria você, com seu corpo quente me aquecendo do frio que está hoje. Meu corpo, minha alma, minha vontade pede o seu calor.
E essa chuva que não para de cair me faz lembrar aquele dia, me mostra que nada existe no mundo real, e que é preciso parar com esse sonho.
Queria qualquer coisa que trouxesse você pra perto e dentro de mim de novo.
Nunca quis que você me visse triste, mas meus olhos sentem a falta dos seus, e não consigo não chorar de tristeza pela dor da saudade. Quero gritar, mas não dá e eu odeio ter que sufocar gritos.

E o lado bom?
Pois bem, o paradoxo da felicidade tenta mostrar que para ver-te feliz a vida inteira ao meu lado, eu faria mais do que o impossível, o faria até mesmo virar possível. Então, entrego-te minha felicidade eterna em troca da sua só para ver-te sorrir.
Não faltaria alegria na minha eternidade..
E como o surreal vira realidade,
meu amor por você é maior do que qualquer saudade ou verdade.
Ou quem sabe, nosso amor foi um grande engano.
Não consigo viver sem pensar, nem amar. Então eu preciso achar que te amo, cada instante mais do que no anterior.
Mas, amor, creia: a vida não é isso... Ela é muito mais.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Escolha

Chega de sofrer,
descobri que o mundo é maior do que você.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Tudo passa

...Brigaram, gritaram, e ele então se foi.
Deu de costas na direção oposta a dela, e simultaneamente ela disse baixinho: "Não queria que tudo acabasse assim, e nem amá-lo como amo."
Ele indo, não devia tê-la escutado, mas uma brisa suave, vindo quase desapercebida, passou ao seu lado, e o dito chegou aos seus ouvidos. Mas mesmo assim, nada mudou.
Ele era vida, era paz, era solidão, e até mesmo, era silêncio. Era tudo, e ao mesmo tempo, não era nada.
Ela continuava a sentir algo maior e forte, mas não acreditava ser amor. Nada é por acaso.
Procurava-o por entre as folhas de outono caídas, mas não o encontrava.
Pensou em fugir, sumir, sair, para ver se assim se encontrava em si.. Mas no fim, preferiu ficar.
Sua mãe lhe chamava de masoquista, dizia-lhe para viajar, e desfrutar o mundo, o qual ela ainda não conhecia. Mas não era isso que a bela moça queria.
Precisava continuar ali pensando nele.
Meses passaram e nenhuma palavra mais foi fora trocada entre o ex-casal. Agora, ela percebeu que não havia mesmo mais amor, nem carinho, nem calor, não havia nada.
Tudo passa, e em algum momento chega ao fim...
As coisas somem,
assim com as folhas de outono caídas na chegada da próxima estação.

Para você guardei o amor.

Como seria o hoje, se o hoje fosse amanhã? Gosto de pensar no tempo, em mim, em você..
Em pensar que em 2008 era tudo tão diferente, isso para dizer, que não era completamente o contrário. Época, a qual eu tinha quatro amigas inigualáveis, e indescritíveis. Eram tempos em que a gente era muito feliz, e sabia. Apesar de todas as besteiras e loucuras que passamos juntas, cada segundo foi único. Fico triste ao pensar que tudo anda diferente comigo e com elas. Tolice minha pensar que seria para sempre. Mas me conforta o fato de saber que a gente sempre vai se aceitar com as qualidades e defeitos de cada uma. Sofro por não ser tão presente à elas, mas sei que no fundo, são de alguma forma, quem sempre foram.
Como tudo passa, não quero mais saber o que é certo e o que é real... Quero viver, ver aonde a vida me leva, e ter liberdade para fazer tudo o que eu bem entender. A vontade de ver o mundo e todas as coisas loucas e interessantes que há nele, me instigam a um mundo fora do meu, fora da minha 'bolha'. Sei que é assim, aquele mês foi assim, e sinceramente, foi maravilhoso.
Hoje, minha maior vontade era te ver de novo...Quem sabe? Faria as minhas malas, pegaria um táxi, e iria até você em qualquer lugar do mundo. Assim, a sós, poderíamos viver, com brigas e beijos, só você e eu.
Posso até dizer que não ligo por não ter você, mas é a maior mentira que habita em meu coração. E por mais clichê e banal que o verbo amar tenha se tornado, eu amo você. Não sei como, nem quanto, mas amo. Amo seu cafuné, seu cabelo, seu perfume, seu jeito de lidar comigo... É, eu amo tudo em você.
Queria aprender a viver de verdade, sem culpas. Queria ter uma casa no campo, onde eu pudesse ficar com você, vendo as estrelas à noite, e descobrindo os desenhos nas nuvens pela manhã.
Por mais que eu queira ter você, a qualquer hora do dia ou da noite, não consigo. Não consigo sequer falar com você.
Sem pensar mais em felicidade (já que esta não é utopia), penso em para que se deve sonhar, se a vida é tão desconhecida e mágica mesmo. Prefiro esperar e ver aonde tudo vai dar.
Mas nada consegue tirar você da minha cabeça... Das nossas juras de amor que não passaram nunca de uma noite.
Paro, à noite, para refletir sobre as coisas que eu nunca vou encontrar resposta. Coisas como o porquê de tudo isso acabar bem, se isso não é nenhum conto de fadas, do gênero Cinderela.
Estou escutando Cazuza agora,e me fez lembrar você. Os traços da rua me lembram você... Como consegues estar em tudo e ao mesmo tempo em nada?
Não me ache uma pessoa sem nada para fazer. Não escrevo por perda de tempo, e sim para tentar entender o que se passa comigo. Muitos podem me fazer bem, mas só você me faz feliz.
Quero sim continuar a participar do seu jogo, meu amor.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Parte do à parte.

Mesmo sem entender meu mundo à parte.
Sei que tu, ao menos, és minha parte.

quinta-feira, 11 de março de 2010

...

Busque felicidade.
Fuja do cotidiano.
Ame de verdade,
como se fosse o último amor.
Não tenha caridade,
e sim, solidariedade.
Viva! Sorria!
Não tema,
Fuja!
Ame com o pensamento,
Ame com o coração,
Ame com o corpo...
Mas, mais: Ame com a vida.
Seja a vida.
Meu bem, VIVA!

... A felicidade não precisa ter fim.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Mudança Estranha

Existe razão para tudo isso? Creio que não.
Toda a mudança é de fato estranha, e essa não será diferente.
Quando nos envolvemos demais com alguma coisa, ou permanecemos para sempre, ou nos afastamos. E é isso que faço agora. Me afasto de tudo, me afasto de mim, me afasto de você, de nós. Não digo que estou fugindo, mas não nego que estou com medo, muito medo. Medo de sentir o que eu não quero sentir. Medo do que virá a acontecer sem você.
Volto a me atirar num mundo que há muito tempo atrás tentou enganar minha felicidade, fingindo sê-la.
Mas tive uma grande mudança em mim quando você apareceu, e não foi tão estranho... Mas tudo mudou. Será só imaginação? Da minha parte não.
Como um mísero ponto na imensidão, me afundo, me entrego, não subo. Fico por lá.
Apesar de você ser a única pessoa que realmente me faz feliz com pequenas coisas, como o seu olhar e seu sorriso, preciso, mesmo que o preço seja não te ter, que você seja a pessoa mais feliz do mundo. Você me disse um dia, que não devemos chorar pelo que já se foi perdido, e sim, sorrir, e esperar um futuro melhor. Sendo assim, utilizo sua teoria para me animar.
A vida pede para que eu a puxe do fundo onde a coloquei. Retiro-a de lá. E tento enfim, buscar minha felicidade enganada de novo, por mais burro que isso possa ser.
Queria só um dia, poder te mostrar o meu mundo, como você me mostrou o seu.
Pode ser incompreensível para você, mas não é para mim.
Não consigo achar explicação palpável para o que tudo isso significou, e ainda significa.
Sem mais, nem por quê, é preciso mudar. Mas foi bom enquanto durou, é sempre bom lembrar das coisas boas que aconteceram!
Se te amo, não sei... Mas sem dúvidas,
sei que sentirei falta de achar que amo você.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Opostos simultâneos

- Quer saber, eu te odeio.
- Odiar é um sentimento forte!
- Tenho por ti um sentimento bom.
- Não disse bom, disse forte!
- Pois eu não disse que só sentia ódio.
- Não compreendo...
- Amor e ódio caminham durante toda a vida de mãos dadas,
entenda que quando digo que te odeio, tudo o que quero dizer-te é que te amo.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Dor? Amor.

Em meio a toda essa escuridão acima de nós, todas as estrelas, a lua e a imensidão azul, me sinto, ainda, completamente incompleta sem você por perto.
Sei que é tolice ficar pensando em você, em nós. Mas é muito maior do que eu, de verdade. Devia te odiar, te ignorar, fingir que você não passa apenas de um ser humano qualquer... Mas não dá.
Quando os dias ficam difíceis e as horas não passam, é em você que busco um refúgio, um lugar onde eu possa ficar mais forte e feliz.
Às vezes, quando a solidão vem me encontrar, fujo até a praia e fico lá, contando os segundos que levarão até a próxima onda bater, e vendo a vida passar, devagar... Quase parando.
Não devíamos ter nos conhecido, assim eu não sofreria a dor da ausência e o querer da presença.
Como se não existíssemos, a única voz que escuto é a sua, gritando meu nome. Procuro-te, mas não te encontro nessa sala cheia de espelhos que ofuscam meus olhos cada vez mais pelos tantos reflexos.
Não digo que depois daquele dia, o encanto desencantou ou a mágica acabou. Mas de alguma forma, o mundo voltou a ficar escuro e sem cor para mim.
Por que preferê-la a mim? Não, esqueça, não responda! Não suporto ouvir essa resposta.
A vida volta a pedir solidão como na maioria das horas... Só meus livros, música e silêncio.
Mas aí então, você reaparece, e me tira dela, com beijos, cafunés e amor.
Pergunto-me a cada instante como você consegue destruir a bolha de resistência que tentei criar contra você. Porém, nunca obtenho sucesso.
A única conclusão que consigo chegar é que ao mesmo tempo que te desprezo,
também te amo.

Saudade

Busco explicação para a falta que você tem feito. A saudade do seu perfume, do seu olhar, do seu toque em mim, da clareza do seu sorriso. Sinto falta de você por inteiro, aqui.
É como se o mundo desse voltas e mais voltas, e em apenas um segundo, revivêssemos tudo o que tivemos, para depois então, quando olhamos novamente para o lado, tudo sumiu, como de costume... Parece um castelo de areia feito a beira-mar, basta a primeira onda bater e pronto, tudo desmorona e desaparece.
Depois daquele dia, tudo o que eu mais quis e pedi foi para ver você novamente, só mais uma vez. Todos os cílios caídos, e os bolos de aniversário partidos foram destinados ao meu único e freqüente pedido, sendo este você. Só você!
Parecendo certo, errado, tolo, confuso, ou seja lá o que for, você é tudo o que eu tenho, e que quero, de verdade, ter.
Como os ventos precisam ter ar, e o céu precisa ter traços de azul, eu preciso ter você!
Como diria Chaplin: "O triunfo pertence a quem se atreve", e sendo você meu maior Triunfo, eu me atrevo a amar você.

The only Exception

Noites e dias foram gastos pensando.. Em mim, em você, na gente.
Mas só hoje, aqui sentada ouvindo a TV alta do vizinho e os cachorros latindo nas ruas, percebo que a cada dia, hora, minuto e segundos que vão se passando, você vai indo junto! Obviamente não por vontade minha, mas por escolha sua, por ela.
Você não entende que o amor e a vida não são como jogar um jogo de dados, no qual se você for esperto, você rouba, ou joga de novo e consegue enfim, mudar o que passou. Mas na vida não, não dá para ser assim. O que passou, simplesmente passou, sem chance alguma de regresso.
Confesso que amar você me é muito conveniente e confortável. Quando me sinto sozinha, meu pensamento, sem eu sequer me mover, foge dos meus controles e dispara até você. E tudo melhora de novo.
Tenho medo de me apaixonar por você, mas vai ver isso já está acontecendo.
Ao mesmo tempo em que quero, não quero, não consigo me entregar a você. E nessas idas e vindas da vida, o que mais faço é me perder! No meio das palavras, do meio do nada. Ou talvez, até no meio de tudo. Mas sem dúvida, me perco no meio de você.
Você me confunde da cabeça aos pés todas as vezes que nos encontramos.
Como consegue entrar assim na cabeça de uma pessoa? É como uma lavagem cerebral daquelas! Porém, só por ser você, aqui, na minha cabeça, na minha vida, me sinto mais segura. Você sempre consegue me fazer melhor. Incrível essa sua habilidade. Além ainda de conseguir prever minuciosamente minhas ações e reações.
Enfim, o tempo passa, e poucas das coisas que um dia nos encantou, ficam. Se nos fazemos feliz, o que há de tão errado?
Sinto sua falta. Não apenas por um momento,
mas por uma vida.