
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Carta ao desconhecido conhecido

sábado, 17 de julho de 2010
Nada nunca, realmente, faz sentido.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Alguém me espera

quarta-feira, 7 de julho de 2010
Longe daqui
Hoje percebi que não adianta mais chorar pelo que se perdeu, por aquilo que ameaçou ser e não foi, por tudo o que não existe. Meus olhos embargam por sofrer uma forma de dor indescritível, uma dor que não consigo curar, e nem contar a ninguém. Preciso ficar só, para então, tentar entender o que tudo isso quer me mostrar... Tenho medo da resposta... Vai saber.
Tenho tanta vontade de ir embora, para que sintam falta de mim – se é que alguém vai sentir-, ir para longe, sem endereço, telefone, sem rumo, apenas, por aí... Mas não, necessariamente, sozinha. Quero ficar longe das pessoas um pouco, estou cansada de ter sempre por perto os mesmos. Preciso, e quero gente nova.
De repente, eu te escrevo de lá, ou mando cartas em anônimo para que você não descubra quem sou, como uma surpresa a cada novo correio.
E no fim de todos, escreverei: Preciso de você.
A vida não passa de um flash-back a cada segundo que vem depois do anterior.
É bom ousar coisas novas às vezes...
Vai entender.
domingo, 4 de julho de 2010
Ei, você.
"Tenho trabalhado tanto, mas sempre penso em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assenta e com mais força quando a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos…
Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você, ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?
Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.
Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente?
Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente?
Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.
Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina.
Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.
Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis.
. . . E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura."
Caio F.